sábado, 12 de janeiro de 2013


Gostaria de enumerar alguns cuidados básicos na execução de instalação de quadros e passagem de fios, emendas...

1 - Emendas - existem várias técnicas de emendas, mas o básico é que elas não fiquem frouxas num puxão, elas devem ficar bem firmem, bem torcidas. Cabo flexível só ficam bem firme soldando com solda de estanho, mas se bem torcidinho os capilares dos fios de um pedaço com o outro e não for sofrer vibração ou puxões, dá pra usar sem solda, mas recomendo soldar pelo menos os condutores que sempre terão alta corrente neles.

2 - Pra colocar cabo flexivel em barramento, é recomendado utilizar terminais tipo "agulha" ou "olhal", dependendo do tipo do barramento. Apertar o cabo flexivel apenas com parafusos, pode acabar por quebrar os capilares do fio, não fazendo um bom contato.





Com um alicate desse tipo, você consegue crimpar os terminais de forma correta. Onde tá as bolinhas colorida é o ponto onde vc vai crimpar os terminais. O terminal com isolador vermelho geralmente é pra cabos até 1,5mm, o termial azul de 1,5mm até 2,5mm e o amarelo, até 6mm2. Existem diversos tipos de terminais, dê uma olhada nas elétricas.





Tem eletricista que gosta de por terminal em tudo, até em disjuntores, mas pelo menos os disjuntores da Siemens e vários outros da linha branca, não precisa, a própria chapa dos bornes apertam muito bem os fios, ela foi feita pra "conformar" direitinho um cabo flexivel. Em tomadas você pode utilizar esse tipo agulha azuzinho, fica um serviço mais profissa e melhora o contato tb.

3 - Cuidado pra não deixar cabos e fios folgados nos bornes e parafusos dos barramentos, isso dá muito aquecimento.

4 - Existe barramentos de fase tb, pra manter a organização do quadro e facilidade na instalação, veja no caso um trifásico pra 12 disjuntores. Pra ligar os cabos que alimentarão o barrameto junto com os disjuntores, você precisará de um terminal do tipo "chato".





5 - Nunca use fio com emenda dentro dos conduites.

6 - Trabalhe com segurança, cheque sempre duas vezes se o disjuntor geral está desligado e certifique-se que ninguém vai ligar sem seu conhecimento! - Já vi caso desse tipo com quase morte!

7 - Se for trocar a caixa de disjuntor e for possível colocar mais conduites, não economize, passe o maior numero de conduites possivel, evita que fiquem entupidos com tanto fios, melhora a ventilação tb - menor aquecimento dos condutores.

Basicamente é isso!
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27-08-2009, 23:11 #92
nand0 
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 Originalmente Enviado por _rau_ 
O ideal é que para a proteção contra descargas atmosféricas e picos de tensão por chaveamentos na rede, que se use DPS de 275V tanto pra rede 127V como 220V. Ou 175V pra redes 127V para uma maior proteção. Você encontra os DPS Clamper aqui: www.atera.com.br, na seção filtros e protetores.
Beleza, eu tinha dado uma o lhada nesse DPS da Clamper, só não sabia se era bom.

 Originalmente Enviado por _rau_ 
A quantidade de DPS basica é 1 por Fase, mas depende do seu esquema de aterramento. Se for um TN-S puro ou TT, você precisará de um outro DPS de pelo menos 45kA para colocar entre N e Terra tb e independente do esquema de aterramento quando a instalação em si distar a mais de 10 metros do ponto onde neutro e terra se encontram (esquema TN), deve ser colocado um DPS entre N e T. Na duvida quanto ao esquema de aterramento utilizado, pode colocar um DPS entre N e T, sem problema.
Beleza, então são 3 DPS.. 2 pra fase e 1 pro N e T, o aterramento aqui por enquanto é o TT, passei pro eletricista o esquema TN-S pra ver se ele sabe faze-lo.

 Originalmente Enviado por _rau_ 
Sobre o DR, pra colocar um por circuito o custo é exorbitante e não é desse modelo aí não.
Então, a minha idéia inicial era colocar um por circuito, mas com o custo estou pensando em colocar esse que é geral e único, pela sua recomendação seria esse mesmo de 63, correto?

 Originalmente Enviado por _rau_ 
Gostaria de enumerar alguns cuidados básicos na execução de instalação de quadros e passagem de fios, emendas...

2 - Pra colocar cabo flexivel em barramento, é recomendado utilizar terminais tipo "agulha" ou "olhal", dependendo do tipo do barramento. Apertar o cabo flexivel apenas com parafusos, pode acabar por quebrar os capilares do fio, não fazendo um bom contato.
O eletricista aqui está trabalhando com solda nas pontas, segundo ele o quadro fica menos acessível por conta do espaço utilizado pelos conectores, mas pedi a ele pra ver se tem os conectores nas lojas aqui pois vi a foto do seu quadro e achei ficar bem organizado.

 Originalmente Enviado por _rau_ 
4 - Existe barramentos de fase tb, pra manter a organização do quadro e facilidade na instalação, veja no caso um trifásico pra 12 disjuntores. Pra ligar os cabos que alimentarão o barrameto junto com os disjuntores, você precisará de um terminal do tipo "chato".
Sabe dizer se tem algum compatível com quadros Tigre? pelo site deles, eles só trabalham com barramento N e T.

Obrigado.
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28-08-2009, 09:13 #93
_rau_ 
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O DR é de 63A desde que a corrente do disjuntor de entrada seja menor ou igual a 63A.

Todos barramentos de fase são compatíveis com qualquer quadro da linha IEC (com trilho), desde que o quadro receba no mínimo 12 disjuntores. Ele não ocupa espaço quase algum, fica por baixo ou por cima dos disjuntores. Mas tem modelos de barramentos menores e maiores, mas é mais comum pra 12 disjuntores pra cima. Não é o quadro que fixa o barramento, mas os próprios disjuntores.

Não adianta passar aquele esqueminha do TN-S pro eletricista porque ele pode se confundir. O que você deve informar pra ele é que quer puxar o fio terra direto do terra do padrão que está de acordo com as normas das CIAs elétricas.

Se não der pra por os conectores, realmente os quadros da tigre são ruins pra isso, solda as pontas então.
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29-08-2009, 12:15 #94
jailsonrs 
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Bom,

estou iniciando a empreitada... Dentro de algum tempo, estará pronto.
Inicialmente, estou utilizando a estrutura antiga com novo CD e novos disjuntores, até eu passar todos os condutores, para a partir daí, lançar o restante e os dispositivos de proteção.

Comprei o quadro da Tigre mesmo. Achei-o bom e também com um preço acessível (R$ 38,00 sem barramento neutro e fase, pois o com barramentos custa R$ 69,00).
Para compensar, comprei o barramento da Pial Legrand por R$ 3,33 cada um.

Abaixo seguem fotos para que você possa ver a situação...
O cabeamento que vem do contador e alimenta o quadro é composto por um par de cabos flexíveis de 16 mm² na cor preta - "Superdimencionado".
Sinceramente, estou tentado a colocar para a proteção um verde de 10 mm². Certamente terei dificuldade em passar mais um cabo de 16 mm² num eletroduto de 3/4 com curvas e distância de 12 metros.
Ou é isso ou é reduzir tudo para 10 mm².

O que você acha?

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29-08-2009, 13:34 #95
_rau_ 
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Eu acho o seguinte, não existe nada disso na norma, mas creio que deveriam acrescentar na próxima revisão:

Desde que todos os circuitos seja protegidos por DR, o seção transversal mínima do condutor de aterramento pode ser inferior a dos fases, mas o quanto eu nao sei determinar agora. Por que isso? Basta alguns miliamperes em fuga pro fio terra pro DR desarmar. Pra que fiozão 10 ou 16mm2 apenas pra escoar alguns mA?? Dispedício de recursos financeiros e naturais (cobre).

Outra coisa que eu acrescentaria na norma no caso dos circuitos sem DR: Se os circuitos terminais não utilizarem condutores de "bitola" igual aos condutores principais do quadro de distribuição, pode se utilizar o condutor de proteção igual ao condutor do circuito terminal de maior corrente. Trocando em miúdos, se o maior circuito da casa utilizar fio 6mm2, o fio terra principal poderia ser também de 6mm2, salvo caso de houver uma falta à terra em dois ou mais circuitos ao mesmo tempo o que chega ser uma situação raríssima! Dois equipamentos com franca fuga à terra exatamente ao mesmo tempo é algo dificilimo de acontecer, ainda mais numa residência. Mas por que essa exigência de fio terra igual ao fio fase e porque a partir de 25mm2 o fio terra pode ser de "bitola" imediatamente anterior ao valor do fio fase?

Bem, a primeira pergunta eu respondo rapidamente dizendo que no caso de circuitos sem a proteção DR, quem secciona a falta Fase-Terra é o próprio disjuntor. Pra que isso ocorra, os circuitos finais e o fio terra devem permitir que isso ocorra num tempo estipulado tal qual não permite aparecer um potencial perigoso nas carcaças metalicas e pra que isso aconteça deve ser respeitada a bitola do fio e as distâncias do disjuntor até o circuito final, dados esses definidos por meio de alguns estudos, sendo que existem algumas tabelas de referência já prontas com esses dados. De antemão digo que com disjuntores de curva B, as distâncias máximas para que o seccionamento através de um disjuntor seja possivel em tempo seguro são bem grandes, o suficiente pra qualquer residência grande. Já a segunda pergunta, essa eu não tenho certeza, mas suponho que a norma assuma que dificilmente teriamos um circuito final 25mm2, mas que seria possível se a fiação principal fosse de 35mm2, o que por norma o fio terra deveria ser de 25mm2 o que novamente suponho que num local com fiação tão grossa há apartamentos, prédios com quartos pra aluguel e edificações do tipo, onde as chances de mais de um equipamento apresentando fuga em circuitos distindos seja mais possível de acontecer.

Não sei se você conseguiu entender minha explicação, mas e no teu caso, adotar ou não fio terra principal em 10mm2? Eu digo com segurança que você pode adotar sim, teus circuitos finais dificilmente serão acima de 10mm2 e dificilmente ocorreria falha em dois circuitos de digamos 6mm2. Poderia até ocorrer em dois de 2,5mm2, o que não ultrapassa a bitola de um condutor 6mm por exemplo!

No meu caso adotei 4mm2, os fase são 6mm2 e todos circuitos tão num DR. A tubulação principal que sai do padrão daqui não comportaria três fases + neutro 6mm2 + terra 6mm2, já foi dificil passar o fio terra 4mm2...

Seu quadro depois de montado vai ficar bom, se achar um barramento de fases, vai ficar mais organizado, não precisando daqueles fiozinhos "pulando" de um disjuntor ao outro.

EDITADO:

Só pra ser chato um pouquinho, o neutro deveria ser da cor azul clara, definida por norma. Mas como é residência e só você vai mexer... Ou no mínimo terra e neutro devem ser de cores distintas pra não confundir na instalação, confundir neutro com terra NÃO PODE! Terra em TT ainda vc poderia errar pq dificilmente algo vai funcionar direito ligado entre Fase e Terra, mas um terra TN tudo vai funcionar, com perigo de choque nas carcaças. Os Fases ficariam numa outra cor distinta do neutro e terra. Por norma:

Neutro - Sempre cor azul clara
Terra - Sempre verde ou verde/amarelo
Fase - Qualquer cor, desde que não seja igual a do neutro e terra.
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29-08-2009, 14:57 #96
jailsonrs 
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Rau,

sua explicação foi mais que clara. Tanto que pensando aqui com meus botões, percebi que a norma prevê redução de bitola a partir de 35 mm², justamente porque neste caso, dificilmente os circuitos finais, mesmo que retornando a terra simultaneamente, lançariam à mesma uma carga superior a 15.000 W (25 mm²).
Cheguei a estes números com base numa planilha de cálculo de condutores e variantes, que vc postou. Ela é confiável?

Em meu circuito, estou analisando também a questão de custo de conta de energia. E por isso, como teremos aqui dois chuveiros elétricos, um deles será de 3300 w e outro de 4500 w, que para ambos, serão utilizados cabos de 6 mm² - Portanto, em tese, num caso raro de retorno, este não ultrapassaria os 7.800 w, o que pode ser suportado a distancia de 12 m por um cabo de 10 mm² antes do mesmo sofrer depreciação pela carga. Correto?

Pelo cálculo da tabela do excel que vc postou, o restante dos meus circuitos tranquilamente caberão condutores de 2,5 mm² e por questões de orçamento, utilizarei esses mesmo 2,5 mm² para iluminação. Assim, duas peças e meia de 100m me atenderão perfeitamente.

Os preços mais em conta aqui na Bahia são os da marca Cordeiro, Induscabos e Comfio (o mais em conta, custando R$ 54,90 a peça com 100 m).
Você conhece estas marcas? Recomenda?

Quanto ao pente de ligação, estou tendo dificuldades em encontrá-lo, mas é justamente este tipo de ligação que utilizarei entre os disjuntores, ficando só a dúvida de como ligarei ele com um fase de 16 mm².

EDITADO:

Seguirei sua recomendação quanto a utilização da cor azul clara. Quanto ao fase, será vermelho e em um dos chuveiros, será preto por questão de aproveitamento de cabo e conseqüente redução de custos - e talvez por ser chato também, colocarei na ponta dele uma adesivagem na cor vermelha. Sabe como é... se é para ser 100%... Hehehehehehehe
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29-08-2009, 17:08 #97
jailsonrs 
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Olha só o susto que acabei de levar:
Sabe os cabos de 16 mm²?
Fui testar com um "passa fio" a possibilidade de entrar com outro de 10 mm² e para minha surpresa, quando retirei-o, estava molhado.
Entrou água no eletroduto!!!
Esse tipo de cabo suporta umidade?

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29-08-2009, 19:22 #98
_rau_ 
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Que eu me lembre a redução é a partir de 25mm2 e não 35mm2. Com condutor fase 25mm2, o fio terra pode ser 16mm2, com 35mm2 o terra tb pode ser 16mm2, já com 50mm2 passa a ser a metade do condutor fase. Chegando em 95mm2 o fio terra passa a ser exigido o de 50mm2 pq não existe um "47,5mm2", e assim por diante.

Quanto ao seu raciocínio, creio que seja um calculo mais complexo que isso. Na verdade o calculo pra definir a seção do fio terra é bem mais complexo. A escolha do fio terra não tem tanto haver com a carga e a suportabilidade do condutor durante uma falta à terra, mas sim o quanto esse condutor limitará o tempo de ação de um disjuntor simples, o valor de referência não é o da carga e sim da corrente de curto-circuito, que é bem mais elevada, na ordem do Kiloamperes. Sei que tem um bucadinho de contas pra se chegar aos valores requeridos por norma, mas como já temos as recomendações prontas, mesmo os engenheiros assumem a tabela normativa pronta e não ficam reiventando a roda, mas tenho certeza que é assumida uma margem de segurança bem grande nessas tabelas e num cálculo mais detalhado, num projeto levado ao extremo de todas os cálculos, é possível economizar na seção do fio terra sim, ainda mais com uso do DR, aí não tem nem o que discutir.

Marca de fio que costumo usar, Prysmian (melhor de todas), SIL (aprovada pela revista Eletrecidade moderna), Corfil, Ficap..., tb aprovadas. Nenhuma dessa que vc citou eu ouvi falar. Dê uma olhada nesses links se uma dessas marcas foi reprovada:

http://www.qualifio.org.br/conformidades.asp
http://www.qualifio.org.br/clipping.asp#destaque1

Mesmo que essas marcas não estejam aí nessa lista, não quer dizer que elas foram aprovadas, talvez não tenham sido testadas ainda. Mas pelo preço, tá na média do preço de condutores bons. Prysmian costuma custar até 70 reais o rolo de 100m, eu compro aqui por 67 reais o 2,5mm2, mas suportam temperaturas mais elevadas, 15 graus a mais que a maioria dos condutores, e tem a garantia do cobre utilizado ser puro.

A ligação da Fase no disjuntor deveria ser com terminal no teu caso, a ponta do terminal é mais fina... Os disjuntores da Siemens pelo menos aceitam fio rigido de até 25mm2 e pra cabo flexível até 16mm2, mas com uso de terminal. Pra 16mm2 acho que você só vai encontrar terminal não isolado, sem aquele anel de plastico. Eu recomendo você procurar por um terminal se o cabo for flexivel. Dê uma olhada nessa imagem que encontrei na internet, um cabo com terminal, ligado no barramento, mas vc pode ligar no disjuntor com uso de terminal, sem problema:





Se os cabos forem isolados e sem emenda (mesmo sem umidade devem ser isentos de emenda dentro do eletroduto!!) eles suportam umidade sim, afinal eles ficam no ramal aéreo, tomando sol e chuva por anos a fio.

EDITADO:

Olha a foto aí do quadro da minha casa. Ainda to arrumando ele e vai entrar mais alguns disjuntores. No barramento de aterramento tem um fio 6mm chegando, mas 90% dele é 4mm2, pelos motivos explicados em outar msg... Veja aí que mesmo com condutor 6mm2 só dá pra usar o pente ligando os cabos alimentadores usando terminais. Nesse caso usei terminal do tipo chato:




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29-08-2009, 21:17 #99
jailsonrs 
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Rau,

Estive olhando o site da Qualifio e encontrei como umas das empresas associadas a Induscabos e a Cordeiro - ambas com produtos com garantia de qualidade segundo a instituição.
Aqui perto de mim, encontro o rolo de 100 m de 2,5 mm² da Cordeiro a R$ 58,00 - Provável que eu opte por esta marca.


Quanto a seu quadro, não compreendi - Vc poderia explicá-lo?
E esses DPS's, quanto estão custando em média?

Mais uma vez, manifesto gratidão pelo seu apoio.
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29-08-2009, 22:14 #100
_rau_ 
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No meu quadro as fases vêm em azul e o neutro em preto, pelo meio. Foram usadas essas cores na época que outra pessoa instalou os condutores principais...

As três fases vão até os DPS Clamper 20kA (possuo outros três de 40kA no quadro do medidor...) e do DPS derivo as três fases pro DR Tetrapolar, sendo que o neutro chega direto ao DR Tetrapolar e sai do outro lado já com as cores invertidas, agora em azul e vai até o barramento de neutro. As três fases saem do DR em preto e vão direto alimentar o barramento de fases tipo pente, dai as fases são distribuidas pelos disjuntores. Embaixo dos DPS's tem uma "ponte" com fio azul 6mm2 entre eles e de um lado sai um condutor 6mm2 tb pra entrada do neutro do DR. Preferi ligar assim pq o condutor neutro é mais grosso que a maior parte do fio terra principal que é 4mm2, só é 6mm2 na descida do quadro (quadro esse que foi trocado de posição na parede, por isso precisei completar o fio terra...)

O fio terra vem lá do quadro do medidor normalmente (em TN-S) e tá ligado no barramento.

Os DPS de 20kA tão em média 45 reais, os de 40 (hoje 45KA) em média 75 reais.

Sobre os DPS's, andei dando uma "atualizada" no meu conhecimento e segundo informação que obtive, quando o fio terra chega em TN-S no Quadro de disjuntores e na entrada NÃO possui nenhum DPS, é recomendável que no Quadro de Disjuntores haja tanto um DPS entre Fase e Neutro como um entre Neutro e Aterramento. Os protetores finais, tipo um filtro de linha, também é recomendável que siga esse mesmo esquema ou seja, que possua proteção entre N e T dentro deles - de acordo com a NBR5410:2004.

Isso se deve ao fato de que ao desviar uma corrente alta de surto de uma Fase ao Neutro (ou terra em TN-S), há uma queda de tensão no neutro (ou terra). Reproduzindo aqui a fonte desse conhecimento:

"Quando um protetor anti-surtos entre Fase e Neutro (ou terra) é instalado após o ponto de equipotencialização neutro-aterramento, ele cria uma queda de tensão ao longo do condutor neutro (ou terra) de retorno. Essa tensão é a soma das quedas de tensão indutivas e resistivas ao longo do condutor neutro... (ou terra)"

Basicamente você acaba por criar um surto em modo comum (common mode - neutro-terra) ao desviar uma alta corrente entre Fase-Neutro o que pode causar um arco voltaico dentro de uma fonte de alimentação, queimando-a. A própria proteção cria uma DDP interna entre N e T, o resultado é uma tensão muito alta no condutor de retorno em relação ao outro condutor aterrado.

Tentei "bater" essa informação com outras fontes e o que achei apenas foi um documento do IEEE afirmando que a proteção instalada na entrada quando neutro e aterramento estão equipotencializados nesse ponto torna desnecessário intalar proteção entre N e T nos quadros internos e proteções finais o que pra mim confirma a informação vinda da outra fonte que diz a mesma coisa no inicio do texto.

Na presença do mesmo tipo de proteção Fase-Neutro logo na entrada, elimina ou atenua quase que totalmente esse problema, já que o caminho é mais curto à terra, diminuindo as quedas de tensão por indução e resistência do condutor de retorno e o protetor secundário irá lidar com correntes bem menores tb.

PS: Quando se fala em "queda de tensão no neutro", na prática significa um aumento de tensão em referência à terra.

PS2: Na foto da impressão que o fio azul que sai do DPS ta ligado na parte de baixo do DR, mas não está, ele passa por tras do DR. O Azul que de fato ta ligado embaixo do DR vai ao barramento neutro. Na foto não dá pra ter uma noção de profundidade, dai parece que tem fio ligado onde nao tem!
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30-08-2009, 11:05 #101
jailsonrs 
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Vendo sua menção a atualizações de conhecimento, fiz uma pequena up-grade no projeto do quadro.
No desenho mostra justamente o acréscimo de mais um DSP (total = 1 FN + 1 NT), pois, por questão de risco de furto, não usarei DSP no quadro do medidor direto no terra como vc fez em seu quadro de medidor (vi a foto).
O que você acha?
Lembrando que preciso conter gastos, sem abrir mão de algo bem elaborado.
Esses dois DSP's (ou se for apenas um - ai aguardaria sua orientação, analisando a questão custo), pelo que pude observar na tabela que você postou, poderiam ser o modelo 275V de 20K cada ou teria que utilizar o de 60K devido a utilização apenas como proteção primária?

Entendi seu quadro depois de sua explicação.
O uso do neutro saindo do DSP para a entrada do neutro do DR surtiria, por princípio básico, efeito diferente se apenas fosse para o barramento que já está sob supervisão do DR?
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30-08-2009, 21:14 #102
_rau_ 
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É DPS e não DSP!

Teu esquema tá certinho.

Só uma dica, se a ligação equipotencial entre N e PE do quadro do medidor não tiver mais do que 10 metros de cabo do quadro de disjuntores, pode ser dispensado o DPS entre N e PE, mas não tem problema coloca-lo, não vai interferir em nada.

Como a região sua tem baixa incidência de raios, segundo informação sua, você pode utilizar DPS de 15kA entre Fase-Terra (ou neutro) e pelo menos 20kA entre N e PE.

Num esquema TN-S você pode usar o PE ou neutro como retorno, da forma que ficar melhor na instalação, mas faço uma ressalva pro teu caso. Como o condutor neutro é 16mm2 e o terra você quer por 10mm2, é melhor colocar o DPS entre Fase/Neutro. A impedância do percurso Fase/neutro será menor.Pode fazer como tá no esquema, ligar no barramento de neutro que não passa pelo DR. Pra vc ligar o cabão 16mm2 no barramento, só se for com uso de terminal, vai ser o único jeito, e é o jeito correto de se fazer, sempre!

Hj dei uma organizada melhor no meu quadro, tava meio bagunçado, mas num dá pra ficar perfeitinho, é muito fio... subi mais fios terra e outros circuitos, fase e neutro tb...
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30-08-2009, 21:32 #103
trosk 
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o fim está próximo...
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Eu dei uma lida bem rápida nos posts (não li tudo com detalhes).

Das marcas que o jailsonrs mencionou eu já ouvi falar do induscabo (obviamente que prysmian, phelps dodge são de qualidade muito mais reconhecidas).

Um pouco de umidade temporária não tem problema, contudo de ficar submerso por algum tempo o cabo começa a ter problema de baixa isolação (literalmente as coisas podem começar a ferver).
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30-08-2009, 22:23 #104
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Dessa aí eu realmente não sabia. E de fato existem cabos próprios para ficarem submersos!
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31-08-2009, 13:10 #105
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Só pra ter certeza:

Em cada fase: PROTETOR DE SURTO 45KA 175V SLIM - CLAMPER

Para usar entre Terra e Neutro, seria o PROTETOR DE SURTO 15KA 175V SLIM - CLAMPER ? não estou achando nenhum especifico N x PE como tem no site da Clamper.

DR: DISJUNTOR DR 63A 4 PÓLOS 30MA - SIEMENS (pelo o que eu li para proteção pessoal tem que ser de 30mA, correto?)


Obs: Todas as proteções são para instalação no quadro de dristribuição, no medidor só tem mesmo o disjuntor bipolar de 50A.

Obrigado novamente.
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Instituto Federal Sul-Rio-Grandense

Curso de Eletrotécnica

1. Dispositivos de proteção de motores elétricos.
1.1 Introdução e considerações gerais
A passagem de corrente elétrica por um condutor provoca o seu aquecimento (efeito Joule).

Nas instalações elétricas o aumento da temperatura devido à circulação de corrente projetada para o funcionamento normal, é tal que não afeta qualquer elemento do sistema.

Entretanto, a corrente pode atingir valor muitas vezes maior do que aqueles projetados para condição normal de operação, quando houver algum tipo de defeito no circuito, nos aparelhos ligados na rede elétrica ou mesmo, quando ocorrer situações de utilização indevida de rede.

Essa sobrecarga produz sobre aquecimento nos condutores, podendo provocar, inclusive, incêndios. Há possibilidade, de se fundir o condutor, ocasionando faíscas que podem incendiar materiais inflamáveis próximos, ou mesmo inflamar materiais constituintes da isolação presentes em alguns tipos de condutores.

Torna-se evidente, portanto, que toda instalação elétrica deve ser convenientemente protegida contra os defeitos citados.

Emprega-se, para tanto, dispositivos de proteção, em número tal a garantir o perfeito suprimento da carga que está sendo alimentada (equipamentos elétricos) além da função de proteção dos condutores. Estes dispositivos devem interromper o circuito, automaticamente, sempre que a intensidade de corrente atingir valor que poderá causar danos. Os dispositivos de proteção dos condutores são dimensionados, em função de sua bitola e do modo de instalação. Quanto aos equipamentos, a proteção deve ser feita de acordo com as características dos mesmos.

Podemos classificar os elementos de proteção, quanto à operação, em dois tipos:

Elementos FUSÍVEIS: rompem o circuito pela fusão de determinado elo;

Elementos NÃO-FUSÍVEIS: interrompem o circuito por ação mecânica não destrutiva.

1.2 Definições
Para os dispositivos de proteção define-se:

Corrente Nominal: MÁXIMA intensidade de corrente que, circulando continuamente pelo dispositivo, NÃO provoca abertura do circuito. É definida como sendo o máximo valor eficaz da intensidade de corrente que pode circular por um dispositivo de proteção sem causar seu desligamento automático.



I £ Inom à Não ocorre desligamento

I ³ Inom à OCORRE desligamento, onde Dt = f(I)

Curva Tempo x Corrente: relaciona o tempo de interrupção do circuito com as correntes que o atravessam.



Capacidade Disruptiva: máxima intensidade de corrente que o dispositivo consegue efetivamente interromper. Usualmente é expressa em termos de potência aparente, calculada considerando a tensão nominal e a corrente supracitada. É a capacidade de suportar e de interromper a corrente de curto circuito em um intervalo de tempo inferior aquele que o danifica.

1.3 Elementos Fusíveis
São constituídos por elemento condutor, de composição especial, dimensionados de modo a fundir quando submetidos a correntes especificadas durante períodos de tempo bem determinados.

É considerado como elo fraco do circuito, pois sempre que a corrente torna-se perigosa para qualquer elemento do circuito, o fusível rompe-se.

O elo de rompimento é normalmente de chumbo, estanho, prata ou de ligas desses com outros materiais.

Sendo o calor necessário à fusão fornecido por efeito Joule (RI2), resultante da corrente que atravessa o fusível, existe um valor mínimo da corrente, abaixo da qual não ocorre fusão.

1.3.1 Fusíveis Diazed
Os fusíveis DIAZED são utilizados na proteção de curto-circuito em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais e que quando normalmente instalados, permitem o seu manuseio sem riscos de toque acidental.

1.3.1.1 Características
Possuem categoria de utilização que atendem as correntes nominais de 2 a 100A;

Limitadores de corrente possuem elevadas capacidades de interrupção:

Até 20A - 100kA

25 a 63A - 70kA

80 e 100A - 50k em até 500VCA

Através de parafusos de ajuste, impedem a mudança para valores superiores, preservando as especificações do projeto.

Permitem fixação por engate rápido sobre trilho ou parafusos.

Apresentados em dois modelos: ação rápida (ou normal) e ação retardada (lenta), sendo este último o mais indicado para proteção de motores ou cargas que apresentem grandes picos de corrente em regime de trabalho normal.

 

Disponível nos tamanhos:

D I - E16 - 13 x 50

DII - E27 - 22 x 50

DIII - E33 - 28 x 50

1.3.2 Tipo Cartucho
São fusíveis usados especialmente para proteger circuitos elétricos em geral, tais como: os condutores, os aparelhos elétricos, os consumidores/instalações residenciais, etc.



1.3.3 Tipo NH
Os fusíveis NH são aplicados na proteção de sobrecorrentes de curto-circuito e sobrecarga em instalações elétricas industriais. Situações em que há presença de altos níveis de correntes a serem interrompidas e que carecem de atenção especial na interrupção do arco.

1.3.3.1 Características
Possui categoria de utilização gL/gG (simbologia de norma, significa: Uso geral, ruptura em toda faixa tempo x corrente), em cinco tamanhos atendem as correntes nominais de 6 até 1250A.

Limitadores de corrente possuem elevada capacidade de interrupção de 120kA em até 500VCA.

Com o uso de punhos garantem manuseio seguro na montagem ou substituição dos fusíveis.

Dados aos seus valores de energia de fusão e interrupção facilitam a determinação da seletividade e coordenação de proteção







1.3.4 Fusíveis Neozed
Os fusíveis NEOZED possuem tamanho reduzido e são aplicados na proteção de curto-circuito em instalações típicas residenciais, comerciais e industriais.

1.3.4.1 Características
Possui categoria de utilização gL/gG (simbologia de norma, significa: Uso geral, ruptura em toda faixa tempo x corrente), em dois tamanhos (D01 e D02) atendendo as correntes nominais de 2 até 63A.

Limitadores de corrente são aplicados para até 50kA em 400VCA.

A sua forma construtiva garante total proteção de toque acidental quando da montagem ou substituição dos fusíveis.

Possui anéis de ajuste evitam alteração dos fusíveis para valores superiores, mantendo a adequada qualidade de proteção da instalação.

A fixação pode ser rápida por engate sobre trilho ou por parafusos.



1.4 Informações Importantes:
1.4.1 Corrente nominal de um fusível: valor nominal da corrente eficaz para o qual o fusível é projetado e pelo qual é designado, e que, quando montado em suporte de menor corrente nominal, no qual é utilizável, é capaz de conduzir esta corrente indefinidamente, sem que as elevações de temperatura excedam os valores especificados;

1.4.2 Intercambiabilidade elétrica de fusíveis: possibilidade dos fusíveis de vários fabricantes serem usados indiscriminadamente, com as mesmas características de proteção contra sobrecorrentes, obtendo-se a mesma coordenação;

1.4.3 Intercambiabilidade mecânica de fusíveis: possibilidade do fusível de um fabricante ser montado corretamente em suporte de fusível de outros fabricantes;

1.4.4 Coordenação entre fusíveis ligados em série: condição que se obtém quando, no caso de um curto-circuito ou sobrecarga excessiva opera o fusível mais próximo da fonte de sobrecorrente (fusível protetor).

Nota: A coordenação é considerada satisfatória quando o tempo de interrupção do fusível protetor não excede 75% do menor tempo de fusão de um fusível protegido.

Identificação do Fusível

As seguintes informações devem ser marcadas em todos os fusíveis, com exceção dos fusíveis muito pequenos:

Nome ou marca registrada, pela qual pode ser facilmente identificado;

Referência de catálogo ou designação de tipo;

Tensão nominal;

Corrente nominal;

Faixa de interrupção e categoria de utilização ( código de letra), quando aplicável;

Tipo de corrente e, se aplicável, freqüência nominal.

Observações:

Podemos indicar também a capacidade de ruptura de corrente em kA - função da corrente nominal e do valor e tipo da tensão que ele será submetido;

Para os tipos NH inclui-se também o tamanho físico do fusível e conseqüentemente as mesmas características citadas para os tipos Diazed ou Neozed.

1.5 Elementos Não Fusíveis (No Fuse)
Dentro dos elementos “no fuse” para a proteção de circuitos e motores veremos dois dispositivos: o disjuntor e o relé térmico.

1.5.1 Os Disjuntores
O termo DISJUNTOR (aquele que desfaz uma junção) é atribuído a uma extensa gama de equipamentos elétricos cuja função é a mesma, porem com uma variedade de tipos, potências e classes de tensão muito extensa.

Quando se fala em disjuntor, para o publico em geral atribui-se a idéia do pequeno disjuntor termo-magnético utilizado nos circuitos elétricos de residências, edifícios e indústrias, em vez de fusíveis.

No entanto existem disjuntores para média tensão e alta tensão com capacidade disruptiva de vários MVA’s e correntes da ordem de kA, cujos princípios de operação podem ser mecânicos, pneumáticos, elétricos e com isolação a ar, vácuo, óleo isolante ou gás isolante SF6 (Hexa Fluoreto de Enxofre). Na figura a seguir vemos um disjuntor com acionamento e isolação a ar comprimido para 245 KV = 1250A e capacidade disruptiva de 5000 MVA.



Disjuntor de Alta Tensão 245 KV.

Estes dispositivos são baseados no efeito magnético da corrente denominados disjuntores. Em essência, o disjuntor é uma chave magnética que se desliga automaticamente quando a intensidade da corrente supera certo valor. Tem sobre o fusível a vantagem de não precisar ser trocado. Uma vez resolvido o problema que provocou o desligamento, basta religá-lo para que a circulação da corrente se restabeleça.

São produtos de "disparo livre", que garantem o disparo, mesmo com a alavanca de acionamento travada na posição "ligado".

Possuem contatos especiais de prata que oferecem garantia de segurança contra solda dos mesmos. Com uma adequada faixa de correntes nominais, esta linha é composta por 4 elementos principais:

- Disparo Térmico para proteção de sobrecarga.

- Disparo Eletromagnético para curto-circuito.

- Mecanismo de Disparo

- Câmara de extinção a arco



Entende-se por disjuntor o dispositivo capaz de interromper um circuito quando em carga ou quando em condições anormais de corrente, sem que dessa interrupção lhe venha dano. Entende-se por condições anormais de corrente, a ocorrência de uma sobrecarga ou de um curto circuito após o disjuntor, isto é, aquela condição na qual o disjuntor é atravessado por uma quantidade de corrente superior ao seu valor nominal.

Por outro lado, por interrupção do circuito não se deve entender apenas a abertura mecânica do circuito, mas sim, a completa extinção da corrente que atravessa o disjuntor. Isto porque após a abertura mecânica dos contatos, estabelece-se entre os mesmos um arco elétrico, o qual tendo baixíssima resistência comporta-se como um circuito fechado. Em outras palavras, não há continuidade mecânica, mas há continuidade elétrica. Após a extinção do arco, e supondo que não ocorra sua re-ignição, a resistência elétrica entre os contatos volta a assumir valor elevado, cessando a circulação de corrente com a conseqüente interrupção do circuito.

Os componentes principais de um disjuntor podem ser vistos na figura anterior.

A câmara de extinção destina-se a confinar, dividir e extinguir o arco elétrico formado entre os contatos do disjuntor quando o mesmo interrompe urna corrente elétrica.

Os disjuntores de baixa tensão interrompem a continuidade metálica do circuito por ação térmica, magnética ou termomagnética.



A proteção térmica é realizada por meio de lâmina (em geral bimetálicas) que é aquecida diretamente ou indiretamente pela corrente que atravessa a chave: desse aquecimento resulta deformação com conseqüente deslocamento da lâmina. Quando o deslocamento atingir valor determinado, acionará por meio de dispositivo mecânico, a chave, abrindo-a.

O dispositivo de proteção magnética baseia-se no emprego de uma bobina que contém em seu interior um núcleo de ferro. A bobina é percorrida pela corrente que atravessa a chave sendo, portanto, sede de f.m.m.. Quando a corrente atingir valor mínimo especificado, aparecerá sobre o núcleo força suficiente para atraí-lo e este, deslocando-se, aciona um dispositivo mecânico que desliga a chave.

O dispositivo de ação termomagnética destina-se a interromper sobrecargas de pequena intensidade e longa duração, enquanto que a magnética interrompe sobrecargas de grande intensidade e curta duração. De fato o elemento térmico, devido a sua inércia, leva certo tempo para aquecer, enquanto que com a proteção magnética isto não se dá, pois tão logo circule pela bobina intensidade de corrente suficiente para atrair o núcleo de ferro, a chave é desligada.

Na posição "ligado" os contatos são mantidos sob pressão por meio de um gatilho, suportado por um par bimetálico. No caso de uma sobrecarga há o aquecimento da lâmina bimetálica (relê de sobrecarga) e o conseqüente acionamento do gatilho que, por ação de uma mola, provoca o desarme dos contatos. interrompendo o circuito.

No caso de curto circuito deve funcionar a proteção magnética, constituída por um núcleo de ferro (relé de curto circuito) que, quando percorrido por uma corrente muito grande, exerce uma força suficiente para acionar o gatilho da mesma forma que na proteção térmica. Para rearmar o disjuntor, quando opera a proteção térmica, deve-se esperar certo tempo, pois o engate não se realiza devido à deformação do par bimetálico.

Observa-se que disjuntores de manobra e proteção de motores são específicos para estas aplicações, uma vez que não devem atuar durante a partida do motor, quando a corrente de partida pode atingir um valor até 10 vezes a corrente nominal do motor.

1.5.2 Comparação entre fusíveis e disjuntores:
Os disjuntores são mais usados e com mais recursos que os dispositivos fusíveis, no que concerne à proteção contra sobrecorrentes. Os disjuntores operam através de relés separados (principalmente os de alta tensão) ou de disparadores série. Sua operação é repetitiva, isto é, podem ser religados após terem atuado, sem necessidade de substituição. Por outro lado, os disjuntores são, na maioria dos casos, dispositivos multipolares, o que evitam, por exemplo, uma operação monofásica indevida, tal como a que pode ocorrer com a queima de um único fusível de um dispositivo trifásico, protegendo o circuito de um motor.

A característica tempo-corrente dos fusíveis não é ajustável, podendo apenas ser alterada pela mudança do fusível (por um de tipo e/ou corrente nominal diferente); observe ainda que os fusíveis podem se tornar defeituosos, alterando sua característica, sob a ação de correntes próximas da de fusão e, assim, outras correntes subseqüentes, inferiores à nominal, podem provocar sua queima e interromper o circuito. No caso dos disjuntores, a característica tempo-corrente, além de ajustável em alguns casos, não é afetada por correntes próximas à que provocaria o disparo.

1.5.3 Relé Térmico ou Relé Bimetálico de Sobrecarga
São dispositivos baseados no princípio da dilatação de partes termoelétricas (bimetálicas). A operação de um relé está baseada nas diferentes dilatações que os metais apresentam, quando submetidos a uma variação de temperatura.

Relés de sobrecarga são usados para proteger INDIRETAMENTE equipamentos elétricos, como motores e transformadores, de um possível superaquecimento.

O superaquecimento de um motor pode, por exemplo, ser causado por:

Sobrecarga mecânica na ponta do eixo;

Tempo de partida muito alto;

Rotor bloqueado;

Falta de uma fase;

Desvios excessivos de tensão e freqüência da rede.

Em todos estes casos citados acima, o incremento de corrente (sobrecorrente) no motor é monitorado em todas as fases pelo relé de sobrecarga.

Os terminais do circuito principal dos relés de sobrecarga são marcados da mesma forma que os terminais de potência dos contatores.

Os terminais dos circuitos auxiliares do relé são marcados da mesma forma que os de contatores, com funções específicas, conforme exemplos a seguir.

O número de seqüência deve ser ‘9’ (nove) e, se uma segunda seqüência existir, será identificada com o zero.





1.5.4 Relés Diferenciais (DR)
1.5.4.1 Introdução
Os Interruptores Diferenciais Residuais (DRs) são os dispositivos utilizados para a proteção de pessoas e instalações quanto a contatos diretos ou indiretos, pois protegem contra os efeitos de correntes de fuga terra, detectando estas fugas que possam existir em circuitos elétricos.

Segundo norma NBR 5410 (5.1.3.2.2), independente do esquema de aterramento é obrigatório o uso de dispositivos DRs com sensibilidade igual ou menor a 30mA nos circuitos:

a) situados em locais contendo banheira ou chuveiro.

b) de tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação.

c) de tomadas de correntes que possam vir alimentar equipamentos no exterior.

d) residenciais ou edificações não residenciais de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e áreas internas molhadas em uso normal ou sujeitas a lavagens.



Relé DR (Fonte: Catálogo Weg)

1.5.4.2 Sensibilidade 30mA ou 300mA
A sensibilidade ou corrente diferencial residual nominal de atuação (IΔn) é o primeiro fator a ditar se um DR pode ser aplicado à proteção contra contatos indiretos e à proteção complementar contra contatos diretos; ou se ele pode ser aplicado apenas contra contatos indiretos.

O DR com sensibilidade de 30mA é considerado de alta sensibilidade e pode ser utilizado tanto na proteção contra contatos indiretos quanto na proteção complementar contra contatos diretos, garantindo a total proteção das pessoas/usuários.

O DR com sensibilidade de 300mA é considerado de baixa sensibilidade e é utilizado na proteção de instalações contra contatos indiretos ou contra riscos de incêndio (conforme normas de instalação), limitando as correntes de falta/fuga à terra em locais que processem ou armazenem materiais inflamáveis, como papel, palha, fragmentos de madeira, plásticos, etc. Princípio de Funcionamento

O Interruptor DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que percorrem os condutores de um circuito. Se o circuito elétrico estiver funcionando sem problemas, a soma vetorial das correntes nos seus condutores é praticamente nula. Ocorrendo falha de isolamento em um equipamento alimentado por esse circuito, surgirá uma corrente de falta à terra. Quando isto ocorre, a soma vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR não é mais nula e o dispositivo detecta justamente essa diferença de corrente. Da mesma forma, se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido, a corrente irá circular pelo corpo da pessoa, provocando igualmente um desequilíbrio na soma vetorial das correntes. Este desequilíbrio será também detectado pelo DR tal como se fosse uma corrente de falta à terra.

Curva de Funcionamento



Faixa de atuação do Disjuntor DR de sensibilidade 30 mA.

Zona 1: Nenhum efeito perceptível.

Zona 2: Efeitos fisiológicos geralmente não danosos

Zona 3: Efeitos fisiológicos notáveis (parada cardíaca, parada respiratória, contrações musculares, geralmente reversíveis).

Zona 4: Elevada probabilidade de efeitos fisiológicos graves e irreversíveis: fibrilação cardíaca, parada respiratória, etc.



Diagrama de Ligação (Fonte: Catálogo Weg)

Notas:

(1) Os Interruptores DRs bipolares são usados normalmente em sistemas fase/neutro ou fase/fase.

(2) Os Interruptores DRs tetra polares podem ser usados em qualquer tipo de rede.

(3) Todos os condutores de fase, incluindo o neutro devem ser conectados ao RBW, entretanto, o condutor terra não deve ser conectado ao DR. O condutor do neutro na saída do RBW, deve permanecer isolado em toda instalação e não deve ser conectado ao terra.

(4) Caso utilize-se um RBW tetra polar como bipolar, a fase deve passar pelos terminais 5-6 e o neutro por 7-8.

1.5.5 Protetores com resposta a temperatura
Estes protetores são colocados no interior dos motores (normalmente nas cabeceiras das bobinas) servindo de proteção contra todos os tipos de falhas a que o equipamento está sujeito, pois sensoram diretamente a temperatura dos enrolamentos. Esses dispositivos são instalados sob especificação do cliente. A seguir, uma breve análise destes dispositivos.

1.5.5.1 Protetor térmico
O protetor térmico é um dispositivo limitador da temperatura de um sistema ou partes do mesmo através da abertura automática do circuito elétrico após ser ultrapassado o limite de temperatura. O religamento ocorrerá depois de razoável variação na temperatura. Os protetores térmicos podem ser utilizados em série com os enrolamentos de motores monofásicos com potência fracionária, cuja corrente seja admissível pelos mesmos, ou como sensores que atuam sobre um sistema de comando externo para motores de potências maiores.

A figura a seguir mostra um modelo de protetor térmico. Nele, o disco bimetálico muda de posição (verticalmente) assim que a temperatura atingir o valor pré-estabelecido e os contatos são abertos, interrompendo o circuito.



1

Revestimento externo de metal

2

Contato móvel de forma cilíndrica

3

Contato de prata

4

Disco cilíndrico bimetálico

5

Cobertura metálica

6

Contato de prata

7

Cabos de conexão

8

Vedação em epóxi

Temperatura de operação de protetor térmico

Isolação conforme norma NBR 7094

Protetor

Classe de isolação

Temp. máxima

Temp. de operação

B

130°C

130°C ± 5°C

F

155°C

155°C ± 5°C

H

180°C

180°C ± 5°C

1.5.5.2 Termistores
O termistor é um semicondutor instalado nas cabeceiras das bobinas. Existem dois tipos básicos de termistores, que são:

PTC: coeficiente de temperatura POSITIVA

NTC: coeficiente de temperatura NEGATIVA

O termistor PTC, utilizado em motores, é alimentado por corrente contínua através de um circuito auxiliar. Caso ocorra uma elevação da temperatura acima do valor limite do termistor, o mesmo sofre um brusco aumento em sua resistência interna, passando de condutor a isolante. A interrupção da corrente no circuito auxiliar aciona um relé que desliga o circuito principal.

O termistor NTC funciona de maneira inversa e normalmente não é utilizado em motores.

Estes dispositivos de proteção possuem uma resposta instantânea à elevação da temperatura e oferecem proteção total ao motor. Não é adequada a sua utilização em motores sujeitos as pequenas sobrecargas temporárias, em que o motor ultrapassa a temperatura limite brevemente e depois retorna ao normal, pois o termistor atuará indevidamente.

1.5.5.3 O Fusistor
O elemento de proteção conhecido como fusistor apresenta características que estão presentes em outros dispositivos de forma separada. Um fusistor pode possuir resistência ôhmica (normalmente de valor muito baixo, na faixa de 0,5 a 100 ohms), apresenta limitação de corrente (similar a um fusível) e é sensível a temperatura (assim como um termistor). Este dispositivo é utilizado em proteção de motores, sendo colocado em série com a bobina do estator ou com uma das bobinas. Age como se fosse um fusível caso a corrente ultrapasse o seu valor nominal. Se houver uma elevação de temperatura (ocasionada por qualquer motivo, podendo ser inclusive de origem ambiental), o fusistor tomará comportamento de elemento de proteção caso a temperatura do motor atinja o valor nominal do fusistor. O fusistor pode também atuar quando houver uma junção de situações diferentes, tais como, ocorrer corrente elevada por tempo não curto e abaixo do valor nominal, temperatura ambiente acima de certo patamar. Nesse caso, se o fusistor tiver uma resistência ôhmica calculada de forma correta, esta irá provocar uma dissipação de potência extra, que aumentará a temperatura interna, e em conjunto com a temperatura externa fará com que o elemento atue. Em todos os casos em que o fusistor atuar, haverá fusão do elemento interno, de forma a proteger o dispositivo. Assim, o fusistor atua similar a um fusível, sendo descartável.

1.6 Formas práticas de escolha de elementos de proteção
1.6.1. Fusíveis
Os fusíveis utilizam-se, sobretudo, como proteção contra as correntes de curto-circuito. O seu uso para proteção contra sobrecargas de longa duração nem sempre dá resultados satisfatórios. Os fusíveis para a proteção de diversos setores da rede são escolhidos tanto menores quanto possível, de acordo com as intensidades das correntes, determinadas por cálculo para os respectivos setores da rede. Deve levar-se em consideração que os fusíveis não devem ser destruídos por causa das correntes de arranque de curta duração nos motores elétricos. Em vários casos, esta última exigência é incompatível com a exigência de defesa do circuito contra as sobrecargas duradouras. Se o circuito protegido por um fusível alimenta um motor elétrico, a intensidade da corrente do fusível deve ser escolhida na base do valor médio da corrente de arranque Iarr do motor elétrico. Este valor supera aproximadamente 5 a 7 vezes a intensidade da corrente do motor submetido à carga nominal. A duração do processo de arranque ou partida não ultrapassa normalmente 5 a 10 segundos. De acordo com a característica de produção dos fusíveis, eles devem suportar durante este curto período uma intensidade de corrente que supera aproximadamente 2,5 vezes a intensidade de corrente nominal. Logo, a corrente nominal de um fusível pode ser determinada por:



Porém um fusível escolhido desta forma deve funcionar em vários casos quando a intensidade da corrente supera consideravelmente a carga duradoura admissível para os fios e aparelhos em questão. Portanto, este fusível protege contra curto-circuito, mas não protege contra sobrecargas.

Ex. de aplicação:

- Calcular a corrente nominal de um fusível cuja função seja proteger um motor trifásico de 6CV, alimentado em 380V, fator de potência de 0,88 e rendimento de 0,93. Sabendo-se que este motor tem uma corrente de partida da ordem de 6 vezes a sua corrente de trabalho. Selecione em uma tabela de fabricante um tipo e modelo compatível com esta aplicação.

Rta:

Relembrando: A corrente nominal de um motor trifásico pode ser calculada por através de:



Onde: P é a potência fornecida à carga ou consumida da rede, em kW.

P=6 CV | 1CV=736W à P= 6*736 = 4,416kW

Temos que a corrente nominal de trabalho é



De onde tiramos que a corrente de partida será de



A corrente nominal do fusível pode ser determinada por:



Segundo a tabela Siemens de produtos, podemos optar por um fusível tipo Diazed, de 35A, modelo 5SB4 11.

1.6.2 Disjuntores
O processo prático de seleção de disjuntores pode ser feito de duas maneiras: pela máxima capacidade de corrente admitida pelos condutores de alimentação do circuito ou pela corrente demandada pela carga. Em ambos os casos, devemos usar de bom senso e selecionar dispositivos que não sejam demasiadamente grandes a ponto de não realizarem a função de proteção.

Disciplina: Instalações Elétricas – Módulo 3

Prof. Claudio Anor Pötter